Comida de Funcionário

A transcrição a seguir é de um e-mail recebido em janeiro deste ano.

"Querida Josy,

Nem sei se você realmente lê os e-mails que recebe. De qualquer forma, estou lhe escrevendo para desabafar (talvez isso me deixe mais "leve"). Eu sei que você não é psicanalista mas certamente vai compreender minha inquietação.

Me formei em Gastronomia (assim como você) porque minha ligação com essa coisa de "memória gustativa" é muito forte (eu até choro se comer algo que me faça lembrar pessoas ou algum acontecimento da minha vida).

Quando decidi me inscrever na faculdade (muito cara, por sinal), minha mãe me disse que eu era maluca. "Onde já se viu? Gastar dinheiro pra sofrer numa cozinha quente feito o inferno, se cortar, se queimar e ainda ganhar pouco?". Eu ignorei, deixei a paixão falar mais alto e me graduei - aos trancos e barrancos, fazendo muita hora extra para poder pagar o curso e sempre ouvindo muita gente me perg
untar: "Culinária? Por que não uma faculdade 'de verdade', tipo Direito, Publicidade, Economia...?"

Já graduada, decidi que abandonaria meu antigo emprego (que por sinal, foi o que me permitiu pagar meu curso) e finalmente, trabalharia na "minha área".
Estagiei num lugar maravilhoso, onde ninguém reclamava de coisa alguma (pelo contrário, o pessoal fazia muita hora extra porque "pagam direitinho", porque recebiam alimentação de qualidade, participavam de uma confraternização bacana de fim de ano, com direito a levar a família...).
Lá eu aprendi muita coisa mas, lamentavelmente, meu contrato de estágio acabou justamente quando a demanda de trabalho despenca - de modo que não houve sequer a possibilidade de efetivação (por mais que tivessem gostado do meu trabalho).

Foi então que - eis o motivo do meu e-mail -, me deparei com o que pensei ser "a" minha chance de iniciar um bom currículo: fui chamada para uma entevista num restaurante que estava prestes a ser inaugurado em São Paulo (num dos bairros mais "gastronomicamente efervescentes" da capital).
Contratada como ajudante de cozinha (por o que eles chamam de "piso da categoria" - R$ 800,00), por não ter "experiência anterior na função" (registrada em CLT), fui feliz da vida para o restaurante (ainda de portas fechadas para o público) no meu 1º dia de trabalho. Decidi que eu daria o melhor de mim, construiria meu currículo ali e finalmente, poderia dizer: "trabalho fazendo o que gosto". Parecia algo tão bom, que eu ignorava o salário baixíssimo ("afinal, ainda terão as caixinhas dos clientes para 'engordar' esse salário", pensava).

Mal imaginava o que estava por vir.

O ambiente me parecia um tanto hostil: eu era a única mulher ali, no meio de homens que só sabiam dizer baixarias (o dia inteiro) - era como se eles estivessem num puteiro e eu, fosse uma das "operárias" (a questão era que eu estava vestida como eles, sempre quieta, impondo limites de "intimidade" e sendo vista como a "mal-comida", "mal-amada", "sapatão" por isso).
Mas essa era a menor das barreiras.

O dono do restaurante, conhecido como "Chef" Balofo (vou me referir a ele dessa maneira pois, ele é conhecido do público), na verdade não é chef de merda nenhuma. É "só" um milionário excêntrico, glutão, que viaja pelo mundo para "treinar o paladar" mas que tem alguém que "se suje de molho" por ele. Até aí, nada demais (afinal, tantos "chefs" são apenas uma marca e não sabem sequer elaborar um cardápio ou fazer uma simples ficha técnica).
O problema era o "escudeiro" (ou seria "lambe-botas" do tal "chef"), a quem nos bastidores chamávamos de "Lampião".

Lampião é um caboclo chucro, saído do agreste, "eternamente grato" ao "Chef" Balofo por tudo o que este havia feito em sua vida (pagou viagens a diversos países - lógico, alguém precisava sujar o dolmã e não seria o "Chef" que vai a programas de TV e aparece nas "revistas especializadas", o adestrou com muitos livros e revistas - assim se fez sua formação).
"Faculdade o cacete! Eu tenho 20 anos de cozinha, sei mais do qualquer filho da puta que se considere professor de gastronomia!" ele bradava - de propósito, para que eu ouvisse e me sentisse mal por ser graduada. Mas eu engolia aquilo pois sabia que era inveja, incapacidade.

Nesse restaurante eu era apenas uma executora. As receitas eram todas do Lampião (ou, das revistas e livros que ele tinha à sua disposição - ele não cria nada, não sabe nem "Pra que serve essas merdas de ficha técnica? Que viadagem!". E era uma pior que a outra (até os cozinheiros diziam: "Do restaurante de onde eu vim, não era assim não").
A cada dia, eu via meu potencial criativo sufocado. Eu não podia sequer propor um item a um cardápio que ainda nem existia. Ele, o Lampião, dizia que os funcionários deveriam era "agradecer" por estarem "aprendendo alguma coisa enquanto recebem salário" (oh, que salário!).

Eu não aprendi quase nada nesse lugar exceto uma coisa: Como não tratar as pessoas.

O assédio moral era constante: berros e mais berros ("Você é burro?", "Você é viado?" e outras pérolas daí para pior). O dono, "Chef" Balofo, sequer dizia "Bom dia" à 'peãozada', fazia questão de tudo, até de um vidro de azeite que estivesse fora do lugar. Só entrava na cozinha para gritar que nada prestava, que queria a massa igual à do restaurante X, o peixe igual ao Y, o risotto igual ao do Z. Eu concluí que o cardápio do restaurante dele seria nada mais que um plágio dos itens dos concorrentes (palmas para ele e para o Lampião, que se julga acima das instituições gastronômicas).

Eu jamais gostei de carne de porco e tive que me deparar com a tal "comida de funcionário": arroz, feijão e linguiça, da mais baratinha, lógico - até que acabasse um saco de sei lá quantos quilos (foram mais de 2 semanas comendo isso, todo dia). Certa vez, um rapaz estava refogando cubos de 3 tomates quando foi interrompido pelo som da "peixeira" do Lampião batendo na borda da panela lhe dizendo: "Só pra seu conhecimento, tomate não vai em comida de funcionário".

Aquilo ali me deixou estarrecida. 3 tomates na "comida de funcionário" deixariam o dono (que não se cansava de dizer que aquele empreendimento lhe custou "2 milhões de Reais") mais pobre?
E quaisquer aparas de vegetal, ou de carne (sim, aqueles nervos que dente nenhum é capaz de romper) eram destinadas à "comida de funcionário". Eu achava isso desumano.

E os banquinhos do jardim? Ai de quem ousasse repousar as nádegas neles - mesmo no horário de "almoço de funcionário". O dono fez um escândalo com um pobre coitado que não sabia que "o 'seu' Balofo gastou 2 mil Reais pra mandar fazer esses banquinhos". Teve que ouvir berros tão altos quanto um trovão.

O "Chef" Balofo sequer falava comigo para aprovar ou reprovar qualquer receita executada por mim. Era o Lampião quem ficava encarregado de dar o feedback (detalhe é que com os homens da cozinha ele, o Balofo, falava). O machismo, nítido ali, me irritava.

Todo dia eu presenciava abusos como este e chegava a achar que minha mãe estava certa: eu estava numa cozinha quante feito o inferno, me cortando, me queimando, ainda ganhando pouco e fazendo parte da cultura da "Casa Grande e Senzala". Não era certo ser tratada como lixo.

Saí desse inferno (que ainda nem inaugurou), sem nenhuma saudade e com uma certeza: Se boa parte dos clientes soubessem como estas pessoas - que preparam a comida, servem e lavam os pratos - são tratadas, certamente pensariam duas vezes antes de deixar seu dinheiro no bolso de um cara como o "Chef" Balofo.

Depois dessa experiência, ficaram alguns traumas: entrar ou não numa cozinha (a trabalho) novamente? Sair para jantar fora ou preparar alguma coisa e comer em casa mesmo?

Abraços,
Scarlett O'Hara*"

* O nome do remetente foi alterado (pois teme represálias que acarretem em dificuldades para conseguir outra colocação no mercado de trabalho).

É isso. Agora, tirem suas próprias conclusões, meus caros.




Vamos pensar um pouco?

Há alguns dias recebi um e-mail que sinceramente, me deixou um pouco atordoada, me fazendo questionar se eu realmente faço parte de um grupo que se auto-define como "sustentável" (aquela coisa toda sobre "responsabilidade socio-ambiental" e afins (que já foram abordadas anteriormente por aqui).

Diariamente falamos sobre Gastronomia. A mídia nos bombardeia com críticas sobre restaurantes glamurosos, refinados, bem-decorados, com suas cozinhas comandadas por chefs "estrelados". Amigos nos indicam restaurantes que já visitaram - e aprovaram e então... lá vamos nós.

O que não sabemos e dificilmente saberemos - a menos que alguém nos relate - é a verdade por trás de tudo isso. Eu falo mais do que meramente origem de matéria-prima, validade de produtos, condições de manipulação dos alimentos...
Eu falo sobre algo que não pode ser colocado para "debaixo do tapete" ou, para "debaixo das bancadas" das cozinhas. Falo sobre as condições de trabalho às quais os trabalhadores do ramo de A&B estão submetidos. Nem eu, nem você sabemos o que se esconde por trás dos milhões de reais investidos em equipamentos, localização, enxoval, decoração...

Aí você se pergunta: "E o que eu tenho a ver com isso?". E eu te respondo: "Tudo!"
Afinal, é o seu dinheiro - sim, o seu dinheiro! - que faz todo esse mercado existir. É o seu dinheiro que determina se um restaurante se mantém de portas abertas (quando você o prestigia e o divulga a seus amigos), ou se fecha de vez (quando a comida é horrível, o atendimento é ruim, a relação custo - benefício não compensa...).

Da mesma forma como você se recusa a usar casaco de pele porque é "ecologicamente incorreto" e não compra produtos manufaturados por mão-de-obra infantil porque é absurdo empregar crianças (que devem brincar e estudar), você se recusa a dar o seu dinheiro a um restaurante que trata seus colaboradores como lixo?

Sustentabilidade?

"O que diabos é Sustentabilidade?", alguns podem se perguntar toda vez que ouvem essa palavra (que tem sido muito pronunciada, escrita, lida...).
De acordo com o Portal da Sustentabilidade, eis a definição:
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Entendeu agora? Mais ou menos? Pois bem...

Vera, uma amiga minha de longa data (desde o antigo "ginásio") pensava que "sustentabilidade" se resumisse a separar o lixo produzido em casa, usar conscientemente a água, ajudar a reduzir a emissão de CO² (trocando o carro pela bicicleta), apoiar projetos de fomento à geração de renda de comunidades pobres, deixar de consumir produtos fabricados por empresas que promovem testes de laboratório em animais e tantas outras atitudes que nos remetem à responsabilidade socio-econômico-ambiental praticada por pessoas físicas e jurídicas.

Ela tem razão. Sustentabilidade é tudo isso... e mais um pouco.

Vocês já pararam para pensar em Sustentabilidade na Gastronomia? Não?
Então reflitam um pouquinho sobre o assunto enquanto eu tento digerir um e-mail que recebi de um leitor que me relatou coisas absurdas sobre esse universo "glamuroso" da Gastronomia.

Antes que o mundo acabe


Olá meus queridos amigos, leitores do blog da "fofinha" aqui.
Muitos devem ter se perguntado: "Por onde anda aquela louca peso-pesado?", "Será que ela morreu?". Outros devem ter dito: "Que bom que ela sumiu. Pelo menos não corro o risco de ser o próximo alvo de suas críticas".
O fato é que, em algum momento, fui lembrada - e isso é ótimo, pois que não faz falta ou não incomoda geralmente é esquecido, desprezado.

Eu postava muita coisa aqui. Enjoei. Preferi me calar depois de "pegações no pé", ameaças de processo (por dizer nada mais que a verdade, somente a verdade), e todo tipo de tentativas de perturbação da minha paz de espírito.

Continuei minhas andanças mundo afora, conferindo in loco muito do que a mídia "especializada" indicava, muito do que as pessoas me diziam.
Tem coisa melhor do que ter um ponto de vista próprio a respeito de qualquer coisa?
Não é a Veja, a Gula, a GoWhere ou a (desculpem) p.q.p quem vai dizer (eles dizem que é "indicar") onde eu vou gastar o meu suado dinheirinho.

Eu não vou comer "fatias translúcidas" de sei-lá-o-quê por que é "tendência" quando eu sei que é porque a ficha técnica elaborada pelo chef indicou que tal receita sairia muito mais "em conta" (lógico) para o restaurante dele e que seria vendida ao preço que fosse porque "sempre haverá um imbecil disposto a pagar quanto for, por seja lá o que for". Porque os pseudo-formadores de opinião assim determinaram. E infelizmente, isso é a realidade de um país de novos-ricos que abrem mão o que gostam de verdade, para consumirem o que o topo da pirâmide (na cabeça destes novos-ricos) sempre consumiu.
Como se o sucesso de alguém estivesse atrelado aos seus costumes alimentares e a outros consumos. Bullshit!

Disseram que o mundo se acabará ainda este ano (rs). Então senti que precisava passar por aqui antes, para torrar vossas paciências "enquanto durar o estoque".

Abraços a todos. Aos que me amam e aos que me detestam também!

Censura? Aqui não!

A volta do AI-5


Após quase 1 mês de ausência, volto à blogosfera e me deparo com um desabafo da minha querida amiga Nana, em seu blog Manga com Pimenta. Ela foi proibida de citar em seu blog o nome de uma das maiores culinaristas que o Brasil conheceu, sob a ameaça de responder judicialmente por... pelo quê mesmo? Ah sim, por mencionar o nome da Ofélia e citar seu livro - com os devidos créditos, é bom que se diga.
É numa hora dessas, em que eu vejo uma pessoa ser ameaçada de processo judicial por exercitar uma coisa linda chamada "Memória", que eu sinto vergonha dos homens do meu país. Citar nomes agora é "violação" de quê mesmo?
Depois da mordaça imposta a vários blogs, não posso deixar de registrar o meu protesto (antes que o AI-5 baixe por aqui com cassetetes e cães).

O que você vai fazer no Natal?

O fim do ano se aproxima e no mês de dezembro chega aquela que, a meu ver, é a época mais esperada do calendário gastronômico do povo brasileiro. A esperança de uma mesa farta (o que deveria ser regra em todos os lares brasileiros) mexe com as nossas 'bichas' e deixa o pessoal com água na boca só de imaginar o previsível - mas nem por isso menos apetitoso - cardápio (muitos compostos por recitas tradicionais familiares).
É em dezembro que, principalmente as gordinhas (como eu) esquecem as promessas de uma dieta definitiva e entregam-se ao prazer de comer. E o bom é justamente isso: comer sem culpa, amparada pelo clima de confraternização em torno da mesa. Não importa se você é cristã e celebra o Natal sob uma ótica cheia de simbologias ou se você encara tudo isso de maneira mais socialista; chegou dezembro e todo mundo (sem exceção) pensa nas guloseimas.
O que você pretende fazer/comer na sua ceia de Natal?
Vai aderir a alguma nova receita? Vai embarcar na onda da utilização de matérias-primas orgânicas nas receitas ou vai desenterrar o valioso caderninho de receitas da sua avó?

Por enquanto, vou deixar umas fotos pirracentas, com a única intenção de provocar a sua 'bicha' e desencorajá-la de seguir o padrão "pau-de-virar-tripa-Bündcheniano-antes-da-maternidade".

Nota: Se você é de Portugal eu explico: 'bicha' é o termo popular utilizado para descrever uma gula desmedida, atribuída a alguma verminose, ainda que não diagnosticada pelo médico. Aqui no Brasil é comum culpar a coitada da 'bicha' pela gula do comensal.

Halloween ou Folclore Brasileiro?

Quando eu era criança não ouvia falar em Halloween, a não ser nos filmes onde apareciam crianças fantasiadas enfeitando abóboras e pedindo doces de porta em porta. Para ser sincera, não sei dizer desde quando essa comemoração (típica no Reino Unido, na Irlanda, nos Estados Unidos e no Canadá) se incorporou ao calendário brasileiro (ainda que não-oficialmente).
Ao que parece, as escolas de idiomas ajudaram a divulgar o Halloween (Dia das Bruxas) por aqui - e pelo visto, as crianças adoraram (muitos docinhos, fantasias, enfeites...) e, sabem como é brasileiro (adora uma festa) e para que o tema tomasse as ruas comerciais foi "num pulo".
Eu sou do tempo em que aprendíamos na escola sobre as principais lendas brasileiras. Era o Folclore, que tinha até seu dia: 22 de agosto.
Se você esqueceu quais eram os principais personagens das lendas folclóricas brasileiras ou quer contá-las para filhos ou sobrinhos, aqui estão:

Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".


Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida (safadinho...). Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto ("espertinho"...).


Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.


Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transformar-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.


Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas (danadinha...).


Mula-sem-cabeça

Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira ela é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.


Você sabia que...

- Desde 2005, no dia 31 de outubro comemora-se o Dia do Saci? Em São Paulo, o dia tornou-se oficial em todo o Estado através da Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004. Essa comemoração tem o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Halloween.
- Existe uma sugestão de que o mascote da Copa do mundo de futebol de 2014 seja o Saci?
Antes que façamos piadinhas sobre o fato de o personagem ter apenas uma perna, o economista e "saciólogo" Mário Cândido da Silva Filho da ONG Sosaci (Sociedade dos Observadores do Saci) diz: "Tivemos grandes ídolos do futebol [com problemas nas pernas] como o Garrincha. Talvez com uma perna só o Saci consiga fazer muitas coisas que outros não conseguem com duas." O Saci tem concorrente va candidatura a mascote: o Pelezinho.

Reaquecer o amor? Como?

Taí uma boa pergunta. Alguém por acaso tem a resposta?
Vou ser bem sincera, não vou brincar de Revista Nova (que por sinal, de uns 10 anos pra cá, só sabe publicar "manuais" de sexo - às vezes penso que são tutoriais de grande valia para quem deseja se profissionalizar... se é que vocês me entendem...), até porque algumas coisas não se ensinam; é preciso aprender na prática - e às vezes dói (já pensaram bobagem, né?).
Os anos passam, a convivência diária traz com ela a rotina e aquele "fogo" do começo já não é tão constante. Isso é inegável, é real! Mas o que fazer para não deixar que tudo esfrie e culmine no "The End"?
Falo depois de 3 divórcios (apesar disso acredito no amor verdadeiro mas, posso falar sobre rotina e fim de relacionamento - o tal conhecimento de causa) e um atual relacionamento estável (muito gostoso há 1 ano e 7 meses). Não vivo em Lua de Mel constante; de vez em quando um dos dois dorme no sofá (muito fofinho por sinal) - o "ficar de bem" é a melhor parte: aquele sorriso que escapa, os corpos que se aproximam e aí já sabe... (podem pensar bobagem...).
Mulher é chata, é complicada, eu assumo! Minhas amigas homossexuais que me desculpem mas eu não tenho a menor paciência com mulheres e talvez por isso eu seja heterossexual assumida.
Com homens tudo é mais simples: eles não debatem tanto quanto nós. Um "tá bom" encerra o assunto (ainda que nós, mulheres insistamos em dar a última palavra). Para eles, o monólogo feminino uma hora acaba e a vida segue...
Reclamamos muito (da toalha molhada no lugar errado, da jaqueta jogada no sofá, dos livros fora do lugar, do copo "esquecido" em cima da mesa, etc, etc, etc...) mas já imaginou quantas manias chatas nós temos? Faça uma lista mental das suas reclamações diárias.
Alguém tem de ceder mas que essa tarefa não recaia somente sobre um dos dois. Procurem um ponto de equilíbrio, abra mão de algumas manias - isso vale também para o bonitão que pensa que a mulher tem obrigação de sentir o cheiro o Marlboro dele impregnado nos cabelos, na pele, nas roupas (ser casada com um cinzeiro não deve ser fácil...).
Não adianta ir a uma sex shop e comprar aquela fantasia bizarra de cachorra vira-lata do abrigo de animais (com rabinho e orelhinhas) - geralmente os homens ficam envergonhados quando se deparam com esse tipo de coisa e aí já sabe... (podem pensar besteira...). O sexo com prazer é consequência de um dia-a-dia de convivência gostosa (por exemplo, a gentileza do começo do namoro pode ser cultivada - ou é muito difícil?).
Eu sei que muitas chegam em casa cansadas mas que tal um banho gostoso a dois antes de dormir? Hein?



Gagueira não tem graça. Tem tratamento.

Para quem não sabe, hoje, 22 de outubro é o Dia Internacional de Atenção à Gagueira.
Quantos de nós já não se atrapalhou com as palavras num momento de tensão (falar diante de muitas pessoas ou diante da pessoa por quem se está apaixonada, na hora de pedir um aumento ao chefe...)? Mas quantas crianças também são motivo de chacota nas escolas por causa da gagueira?
Muitas mães acessam o blog e algumas podem ter filhos enfrentando esse tipo de problema.
Se a criança tem gaguejado em demasia é bom levá-la a um fonoaudiólogo para que, se for o caso, possa ser iniciada uma terapia. Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de devolver a fluência ao paciente. Isso é fato.
Eu me lembro de uma prima minha que tinha um filho gago, o Fabinho. Coitado do menino... além de ser ridicularizado na escola e na rua onde morava, ele era xingado pela própria mãe que achava que a gagueira do menino era artifício para chamar a atenção.
Nunca me esqueço de um dia em que ele chegou em casa triste porque dizia que não era "normal" como as outras crianças. Minha mãe o levou à uma fonoaudióloga e (depois de passar um belo sermão na mãe dele) exigiu que minha prima prosseguisse com o tratamento. O Fabinho é hoje um homem de 27 anos e fala perfeitamente - só se enrola mesmo se for se declarar para alguma garota...
No site do Conselho Regional de Fonoaudiologia tem algumas dicas para lidar com a pessoa que sofre de gagueira:
* Não pressionar
* Não interromper ou corrigir, principalmente na frente de estranhos (Com certeza não é de bom tom...)
* Não zombar (Programas de tv poderiam ser proibidos de exibirem personagens gagos como alvo de risos. Acorda Zorra Total e outras tranqueiras do gênero!)
* Não bater, beliscar ou empurrar (Alguém faz isso para a pessoa gaga "desengasgar"?)
* Não transparecer nervosismo / impaciência diante da situação de fala (Confesso, acho difícil...)
* Não completar o que a pessoa está dizendo
Se você conhece alguém que passa por este problema ou alguém que tenha familiares ou amigos nessa situação, indique o site do Instituto Brasileiro de Fluência. Lá tem várias dicas sobre o tema, além de downloads gratuitos de livros e indicação de locais para tratamento gratuito.

Sílvio Santos: O gago que hoje é considerado o maior comunicador da TV brasileira.

Você gosta de Novela?

Não sou nem um pouco fã de novela mas ontem, enquanto esperava o fim do download de um filme, resolvi espiar a novela da Globo - aquela, que tem Taís Araújo como protagonista. Pelo amor de Santa Clara, que novela ruim!
Pra começar, é de Manoel Carlos. Então, os clichês de sempre: protagonista chamada Helena, Rio de Janeiro, Leblon, marido metido a esperto traindo a esposa que não desconfia de nada, conflito entre pais e filhos...
A novela termina e eis que a chata aqui se depara com mais um clichê de Manoel Carlos: depoimento de um anônimo (em qual outra novela dele isso aconteceu também?). Na hora, eu e o namorido caímos na gargalhada enquanto líamos a transcrição de algumas palavras ditas pela depoente. A mulher falava sobre a luta para manter o peso (peraí... isso aí é clichê de Josy Marmello!) e a "competentíssima" Rede Globo me transcreve: "Mantém o peso a quase 7 anos".
Opa! Se está mencionando tempo, o correto é "há quase 7 anos" ou não?
Sim, a gordinha chata aqui tem razão viu? Tanto é que hoje, alguém do hotmail também se atentou à gafe da emissora e mencionou o deslize na seção entretenimento do portal msn. Ah Globo, faça-me o favor...

Eu só ando chata com novela há alguns anos. Lógico que já assisti novela, mas quando eu era pivete...
Quem não se lembra do detetive Mário Fofoca (Luis Gustavo) de Elas por Elas? E do pão-duro Nonô Correia (Ary Fontoura) de Amor com Amor se paga?

Sinônimo de "pão-durice", Nonô Correia tinha até cadeado na geladeira!

Tenho até hoje o vinil com a trilha sonora internacional de A Gata Comeu. Na trama, a rica e mimada Jô Penteado (Christiane Torloni) e o professor Fábio (Nuno Leal Maia) se conhecem numa excursão, vão parar numa ilha deserta e se detestam mutuamente (na frente dos outros).

Adorava o mistério do lobisomem de Roque Santeiro - aquela novela do Sinhozinho Malta e da Viúva Porcina... aliás, ela foi um ícone da cafonice e serviu de inspiração para muitas mulheres que viveram os anos 80 (aquele laço na cabeça... pelamordedeus!).

Me diverti com a personagem Tina Pepper (Regina Casé) em Cambalacho - ela era uma trambiqueira que se vestia como Tina Turner e que dublava um playback cantado por sua mãe (interpretada pela falecida atriz Consuelo Leandro).

Tina Pepper: Ela foi desmascarada pelo uso do playback muito antes de Milli e Vanili

Adorei Ti-ti-ti (aquela protagonizada por Reginaldo Faria e Luis Gustavo, em que eles eram estilistas rivais) porque mostrava o mundo da moda. Além de mostrar Barbies usando os protótipos das criações, a novela ainda lançou o batom Boka Loka, que na época foi um estrondoso sucesso de vendas (lógico que eu pedi para a minha mãe comprar!).
Coincidência ou não, nenhuma das novelas que gostei era de Manoel Carlos. Com o perdão da palavra, ele é um pé no saco.

Batom Boka Loka: Você usou? Eu usei!

P.S: Obrigada Téia, por ter observado que o ator que interpretou Mário Fofoca e Victor Valentin era o Luis Gustavo, e não Cássio Gabus Mendes como eu havia escrito inicialmente. A correção foi feita e desculpem!

Mulher também ama carro

Eu não gosto muito de dirigir mas sou apaixonada por carros antigos. Se existisse mesmo aquela coisa de escrever cartinha para o Papai Noel e ser atendida, com certeza eu pediria um carro novo para ele. Mas quando falo em carro novo, não falo nesses carros modernos, mas num desses clássicos que me fazem perder o fôlego.

1. Impala SS 1967
Esse carro é maravilhoso. Prestaram atenção no câmbio? Dá para mudar as marchas com uma facilidade... E o porta-malas então? Dá até para levar o marido dentro (se ele for do tipo que dá pitacos em como você dirige)!

2. Cadillac Eldorado 1953Sem palavras... Esse carro é lindo, chiquérrimo, super potente, um clássico. Fala por si só...

3. Ford MustangAqui, é um modelo 1965 com algumas modificações. Imagine só o quanto essa beleza corre numa boa estrada... então é bom tomar cuidado, viu? E, vidros fechados para não estragar o penteado...

4. Ford Maverick 1972Esse carro é simplesmente lindo. E o interior dessa belezinha? Dá até gosto dirigir quando se tem um carro desses na garagem.

5. Impala 1959Diga se você recusaria um desses. Entendeu de onde tiraram o termo "cauda de peixe"?

6. Ford Thunderbird 1957Em dias ensolarados, basta abaixar o teto e sair por aí com seu lencinho e seus óculos-gatinho. Tem coisa mais bacana?

Pois é... se eu tivesse uma grana sobrando, juro que compraria uma dessas maquininhas. Mas teria que ter muita grana porque o que elas consomem de combustível não deve ser brincadeira.

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